ESTUDANDO
O CRISTIANISMO
PROVAS
HISTÓRICAS DA EXISTÊNCIA DE JESUS
Texto: Abel Silva
Orientação: Ivanir Severino da Silva
Abrimos
nossa página destacando relatos de escritores e políticos romanos e judeus
sobre a existência de Jesus, porque pessoas há que ainda não acreditam em sua
existência, falando em mitificação e figura lendária para justificar o avanço
do Cristianismo. Vejamos o que eles
dizem.
2.1
– DOCUMENTOS DE ESCRITORES ROMANOS
O historiador romano Tácito1
diz que
[...] por volta do ano 116, falando do
incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus,
embora curta: Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de por fogo na
cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou
às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o
povo apelidava de Cristãos. Este nome vem-lhe de Cristo, que, sob o reinado de
Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita
perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judeia,
onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma. (Anais XV, 44)
1 – Publius Cornelius Tacitus, historiador
romano, nasceu por volta do ano 55 d.C. em Termi e morreu no ano de 120 d.C.
Formado como advogado, foi discípulo de Julius Segundo e Quintiliano. Seu
casamento com uma das filhas de Julius Agrícola, permitiu-lhe introduzir-se na
política. Em 79, tornou-se Questor, em 81 Pretor e em 97 Cônsul. Depois de ter
obtido grande experiência com os negócios públicos e com a vida na Corte,
deixou a política para dedicar-se à escritura. Como historiador, Tácito dá
informações precisas, mas ao julgar tais fatos, cai no estoicismo moral. Suas
obras mais importantes são: Diálogo
sobre os Oradores; Sobre a vida e os hábitos de Julius Agrícola; Sobre a Origem
e posição da Germânia. As obras Histórias e Anais são as mais ricas fontes de
informações sobre a história de Roma no século I d.C.
Já Plínio2,
o jovem, político e escritor romano, diz o seguinte sobre o assunto: “[...] o governador
romano da Bitínia (Asia Menor) escreveu ao imperador Trajano, em 112:... os
cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do
sol, e cantar um cântico a Cristo, que tinham como Deus” (Epístolas, I.X 96).
2 – Caio Plínio Cecílio Segundo, político e
escritor romano, nasceu em 62 d.C., em Comum, atual Como, Itália e morreu em
113 d.C., aproximadamente, na Bitínia, atual Turquia. Amigo pessoal do
imperador Trajano, foi nomeado Cônsul por este no ano 100 d.C., quando
pronunciou o seu Panegírico de Trajano, que foi considerado a obra prima da
lisonja, não tendo, porém, durabilidade o gênero. Suas obras mais importantes
são: Cartas, dirigidas a Trajano que foram reunidas em 10 volumes. São
consideradas o mais importante documento sobre aquela que é tida como a mais
bela época do Império Romano. Em 111 d.C. seguiu para Bitínia, onde atuou como
governador.
O historiador romano Suetônio3,
no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma
que este “expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma
grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos”
(vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18.2 (“Cláudio decretou que todos os judeus
saíssem de Roma”); esta expulsão ocorre
por volta do ano 49/50.
3 – Caius Suetonius Tranquillus nasceu
provavelmente no ano de 69 d.C em Roma e ali morreu depois do ano 122.
Historiador romano, amigo de Plínio, o jovem, quem o acompanhou à Bitínia, em
112. Secretário particular do imperador Adriano, quando teve acesso aos
arquivos oficiais, mas 2 anos depois é destituído do cargo, por ter
desrespeitado a esposa do imperador, Sabina. Dentre as inúmeras obras que
escreveu a mais importante é A vida dos Césares, onde estuda com picardia e
detalhes a vida dos 12 primeiros Césares, sempre sob o prisma crítico de um
partidário confesso da classe senatorial. Importante, também, é sua obra Sobre
Homens Ilustres, onde focaliza oradores, poetas, gramáticos e filósofos. Suas
obras são importante fonte de estudo sobre períodos dos quais, inclusive, não
se dispõem de outros documentos a não ser seus relatos pitorescos e acríticos.
Ao tratar dos imperadores, abdica das preocupações cronológicas,
concentrando-se nos aspectos mais importantes de suas vidas, abordando, também,
as opiniões vigentes na época de cada um deles, mesmo quando díspares. Não
poupa sequer alusões a boatos sobre a vida sexual de seus biografados
2.2
– DOCUMENTOS JUDAICOS
2.2.1 – O Talmud4
- Coletâneas de leis e comentários históricos dos rabinos judeus
posteriores a Jesus - apresentavam passagens referentes a Jesus. Combatem Jesus
histórico: “Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré.
Durante quarenta dias um arauto, à frente dele, clamava: “Merece ser lapidado,
porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à rebelião. Quem tiver algo
para justificar venha proferi-lo!” Nada, porém, se encontrou que o
justificasse; então suspenderam-no à haste na véspera da Páscoa.” (Tratado
Sanhendrin 43a do Talmud da Babilônia).
4 – Talmude (do hebraico Talmud, estudo,
ensino) doutrina e jurisprudência da lei mosaica com explicações dos textos
jurídicos do Pentateuco e a michna, isto é, a jurisprudência elaborada pelos
comentários entre os séculos III e VI.
2.2.2 – Flávio Josefo5,
historiador judeu (37-95), escreveu:
Por essa época apareceu Jesus, homem sábio,
se é que há lugar para chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas
maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e
arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes
da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não
renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu
ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros
prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa,
recebeu o nome de cristãos. (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).
5 – Flávio Josefo nasceu em Jerusalém, no 1º
ano de reinado de Caio César, não se sabendo a data de sua morte. Descendente
de família sacerdotal, estudou letras desde criança. Aos dezoito anos
aprofundou os conhecimentos das seitas dos Fariseus, dos Saduceus e dos
Essênios. Nenhuma delas o agradou. Mais tarde, permaneceu três anos no deserto.
Tinha dezenove anos quando retornou a Jerusalém, passando a seguir os Fariseus.
Sete anos depois viajou para Roma. O navio naufragou no mar adriático e Flávio,
juntamente com mais oitenta companheiros, foram salvos por um barco de Cirene.
Esteve diante da Imperatriz Poppêa, conseguindo a libertação de alguns amigos.
De volta aJerusalém tentou impedir uma guerra contra os romanos, antevendo o
desastre que isso apresentava. Frustrado em seu intento, recolheu-se ao
santuário e os Judeus, realmente, sofreram pesadas derrotas. Flávio esteve
durante quase toda sua vida acompanhando ou participando de guerras, acordos e
mediações. Conviveu com as mais diversas raças, classes sociais e religiosas,
estudando a vida desde a formação do mundo. Aprofundou-se no estudo dos livros
sagrados, recolhendo abundante material para seus livros históricos: Antiguidades
Judaicas e Guerra dos Judeus contra os Romanos. Estas obras estão reunidas em
História dos Hebreus, tradução do Padre Vicente Pedroso, publicação de 1956.
Em nosso ponto de vista, esses escritores não
tinham interesse, nem de ordem filosófica ou religiosa, para relatar fatos da
vida de Jesus, a não ser o aspecto político/social, que representava ameaça ao
poder constituído da época. No entanto, para aqueles que ainda teimam em
duvidar da existência de Jesus, esses relatos testificam, categoricamente, que
Ele realmente existiu.