quinta-feira, 31 de março de 2016

ESTUDANDO O CRISTIANISMO

PROVAS HISTÓRICAS DA EXISTÊNCIA DE JESUS


Texto: Abel Silva
Orientação: Ivanir Severino da Silva


Abrimos nossa página destacando relatos de escritores e políticos romanos e judeus sobre a existência de Jesus, porque pessoas há que ainda não acreditam em sua existência, falando em mitificação e figura lendária para justificar o avanço do Cristianismo.  Vejamos o que eles dizem.



2.1 – DOCUMENTOS DE ESCRITORES ROMANOS

O historiador romano Tácito1 diz que


[...] por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64,   apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta: Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de por fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de Cristãos. Este nome vem-lhe de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judeia, onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma.  (Anais XV, 44)


1 – Publius Cornelius Tacitus, historiador romano, nasceu por volta do ano 55 d.C. em Termi e morreu no ano de 120 d.C. Formado como advogado, foi discípulo de Julius Segundo e Quintiliano. Seu casamento com uma das filhas de Julius Agrícola, permitiu-lhe introduzir-se na política. Em 79, tornou-se Questor, em 81 Pretor e em 97 Cônsul. Depois de ter obtido grande experiência com os negócios públicos e com a vida na Corte, deixou a política para dedicar-se à escritura. Como historiador, Tácito dá informações precisas, mas ao julgar tais fatos, cai no estoicismo moral. Suas obras mais importantes são:  Diálogo sobre os Oradores; Sobre a vida e os hábitos de Julius Agrícola; Sobre a Origem e posição da Germânia. As obras Histórias e Anais são as mais ricas fontes de informações sobre a história de Roma no século I d.C.



Já Plínio2, o jovem, político e escritor romano, diz o seguinte sobre o assunto: “[...] o governador romano da Bitínia (Asia Menor) escreveu ao imperador Trajano, em 112:... os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que tinham como Deus” (Epístolas, I.X 96).

2 – Caio Plínio Cecílio Segundo, político e escritor romano, nasceu em 62 d.C., em Comum, atual Como, Itália e morreu em 113 d.C., aproximadamente, na Bitínia, atual Turquia. Amigo pessoal do imperador Trajano, foi nomeado Cônsul por este no ano 100 d.C., quando pronunciou o seu Panegírico de Trajano, que foi considerado a obra prima da lisonja, não tendo, porém, durabilidade o gênero. Suas obras mais importantes são: Cartas, dirigidas a Trajano que foram reunidas em 10 volumes. São consideradas o mais importante documento sobre aquela que é tida como a mais bela época do Império Romano. Em 111 d.C. seguiu para Bitínia, onde atuou como governador.

  

O historiador romano Suetônio3, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano Cláudio (41-54), afirma que este “expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa frequente de tumultos” (vita Claudii, XXV). Esta informação coincide com o relato de Atos 18.2        (“Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma”); esta expulsão ocorre por volta do ano 49/50.


3 – Caius Suetonius Tranquillus nasceu provavelmente no ano de 69 d.C em Roma e ali morreu depois do ano 122. Historiador romano, amigo de Plínio, o jovem, quem o acompanhou à Bitínia, em 112. Secretário particular do imperador Adriano, quando teve acesso aos arquivos oficiais, mas 2 anos depois é destituído do cargo, por ter desrespeitado a esposa do imperador, Sabina. Dentre as inúmeras obras que escreveu a mais importante é A vida dos Césares, onde estuda com picardia e detalhes a vida dos 12 primeiros Césares, sempre sob o prisma crítico de um partidário confesso da classe senatorial. Importante, também, é sua obra Sobre Homens Ilustres, onde focaliza oradores, poetas, gramáticos e filósofos. Suas obras são importante fonte de estudo sobre períodos dos quais, inclusive, não se dispõem de outros documentos a não ser seus relatos pitorescos e acríticos. Ao tratar dos imperadores, abdica das preocupações cronológicas, concentrando-se nos aspectos mais importantes de suas vidas, abordando, também, as opiniões vigentes na época de cada um deles, mesmo quando díspares. Não poupa sequer alusões a boatos sobre a vida sexual de seus biografados


2.2 – DOCUMENTOS JUDAICOS


2.2.1 – O Talmud4 - Coletâneas de leis e comentários históricos dos rabinos judeus posteriores a Jesus - apresentavam passagens referentes a Jesus. Combatem Jesus histórico: “Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré. Durante quarenta dias um arauto, à frente dele, clamava: “Merece ser lapidado, porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à rebelião. Quem tiver algo para justificar venha proferi-lo!” Nada, porém, se encontrou que o justificasse; então suspenderam-no à haste na véspera da Páscoa.” (Tratado Sanhendrin 43a do Talmud da Babilônia).

4 – Talmude (do hebraico Talmud, estudo, ensino) doutrina e jurisprudência da lei mosaica com explicações dos textos jurídicos do Pentateuco e a michna, isto é, a jurisprudência elaborada pelos comentários entre os séculos III e VI.

            2.2.2 – Flávio Josefo5, historiador judeu (37-95), escreveu:

Por essa época apareceu Jesus, homem sábio, se é que há lugar para chamarmos homem. Porque Ele realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos. (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).


5 – Flávio Josefo nasceu em Jerusalém, no 1º ano de reinado de Caio César, não se sabendo a data de sua morte. Descendente de família sacerdotal, estudou letras desde criança. Aos dezoito anos aprofundou os conhecimentos das seitas dos Fariseus, dos Saduceus e dos Essênios. Nenhuma delas o agradou. Mais tarde, permaneceu três anos no deserto. Tinha dezenove anos quando retornou a Jerusalém, passando a seguir os Fariseus. Sete anos depois viajou para Roma. O navio naufragou no mar adriático e Flávio, juntamente com mais oitenta companheiros, foram salvos por um barco de Cirene. Esteve diante da Imperatriz Poppêa, conseguindo a libertação de alguns amigos. De volta aJerusalém tentou impedir uma guerra contra os romanos, antevendo o desastre que isso apresentava. Frustrado em seu intento, recolheu-se ao santuário e os Judeus, realmente, sofreram pesadas derrotas. Flávio esteve durante quase toda sua vida acompanhando ou participando de guerras, acordos e mediações. Conviveu com as mais diversas raças, classes sociais e religiosas, estudando a vida desde a formação do mundo. Aprofundou-se no estudo dos livros sagrados, recolhendo abundante material para seus livros históricos: Antiguidades Judaicas e Guerra dos Judeus contra os Romanos. Estas obras estão reunidas em História dos Hebreus, tradução do Padre Vicente Pedroso, publicação de 1956.

  
 Em nosso ponto de vista, esses escritores não tinham interesse, nem de ordem filosófica ou religiosa, para relatar fatos da vida de Jesus, a não ser o aspecto político/social, que representava ameaça ao poder constituído da época. No entanto, para aqueles que ainda teimam em duvidar da existência de Jesus, esses relatos testificam, categoricamente, que Ele realmente existiu.






ESTUDANDO O CRISTIANISMO

INTRODUÇÃO




O Cristianismo é sempre fonte inesgotável de estudos para todos os povos crentes do mundo e, por isso mesmo, objeto de pesquisa de tantos que se debruçam sobre a bíblia, buscando esclarecimentos sobre a passagem daquele que foi o maior de todos os Espíritos encarnados em nosso orbe. Por isso nós, da Fraternidade Espírita Cristã Francisco de Assis, imbuídos nesse mesmo propósito, resolvemos tirar partes das nossas noites de domingo para também estudarmos os sagrados textos do Evangelho de Jesus. Ao iniciarmos, percebemos o quanto eram relevantes os conhecimentos dos aspectos históricos, religiosos, políticos, sociais e geográficos da época do nascimento do Mestre, além do aspecto moral, é claro, e quanto isso tem dificultado o entendimento da Boa Nova. A partir dessa dificuldade, estruturamos nosso projeto baseando-se em pesquisas de diversos estudiosos da matéria, religiosos e leigos. Das fontes consultadas, vários pontos estão ainda em aberto, por falta de dados confiáveis e até mesmo por faltarem registros devido à escassez de documentos daquela época. Escassez, diga-se de passagem, justificada por entendermos que um carpinteiro que vivia entre os pescadores, cobradores de impostos, gente simples do povo e os chamados de má vida, não ia ser objeto de análise dos homens que faziam a história daquele tempo, todos da Corte Romana ou judeus do Templo e Jesus não era foco de interesse deles. Daí, então, a importância que a Doutrina Espírita tem para nós, pois os textos das obras auxiliares do Espiritismo vêm preencher esta lacuna, trazendo informações preciosas para o nosso estudo. Com isso, acreditamos estar sistematizando informações que certamente irão facilitar a compreensão daqueles que queiram aprofundar na leitura e na pesquisa desses textos de importância vital para nossas vidas. 

Texto: Abel Silva
Orientação: Ivanir Severino da Silva