domingo, 6 de agosto de 2017

Não Te Exponhas

Evita compromissos que te induzam à ruptura com os princípios que te norteiam os passos na vida.
Não empenhes a tua palavra no que não possas ou não devas cumprir.
Se já possuis o hábito de pensar antes de tomar uma decisão, pensa de novo no que pretendes fazer.
Nem sempre poderás voltar atrás de imediato, no caminho em que te embrenhas.
Diminutas concessões à  invigilância são mais que suficientes para que a mente se vincule à sugestão sistemática das trevas.
Não te suponhas forte o bastante para desafiar o perigo que te espreita os menores movimentos.
Resiste à tentação como quem sabe que a ela poderá sucumbir, atraiçoado por si mesmo.
Os que avançam com cuidado e prudência são os que menos tropeçam e caem.
Em qualquer situação delicada, considera, pois, a hipótese de tua fragilidade e não te exponhas a ela sem o concurso da prece.

Irmão José/Carlos A. Baccelli – Livro Deus te abençoe!


terça-feira, 23 de maio de 2017

O Que Fará Diferença

Faze tudo de modo que, mais tarde, de nada venhas a te arrepender.
Não acumules nuvens de mágoa sobre o coração.
Se alguém te feriu, abençoa e esquece.
Se foste humilhado, recorda que todas as ilusões humanas terminam por se reduzirem a pó.
Não existe ninguém invulnerável à dor e ao tempo.
No momento justo, todos haverão de aprender as lições que voluntariamente insistem em ignorar.
Mesmo que te custe muitos dissabores e sacrifícios, preocupa-te em ser bom.
Em todo o universo, não há abrigo mais seguro que o da consciência tranquila.
Se estiveres em paz contigo, o que suceda de mal ao teu redor não te afetará o espírito.
Não permutes por estados e situações transitórias a tua integridade moral.
No ocaso de tua existência sobre a terra, o que te fará diferença é o esforço sincero que tenhas despendido para não seres causa de sofrimento para quem quer que seja.


Irmão José/Carlos A. Baccelli – Livro Deus te abençoe!


terça-feira, 25 de abril de 2017

Deus Te Escutará

            Ora cotidianamente, haurindo energias no Sublime Reservatório da Natureza.

            Sempre que te sentires fraquejar, renova-te pela prece.

            Onde estiveres, através da palavra articulada ou não, suplica a Intercessão do Alto.

            Nenhuma oração sincera ecoa sem resposta.

            Um dos benefícios imediatos da prece é o de asserenar-te o espírito, para que saibas agir com acerto.

            Para quem ora com a alma nos lábios, coisa alguma é impossível.

            Todo aquele que pede com humildade o que deseja, no mínimo, sempre obtém a compreensão daquilo que não pode ter.

            Depois da caridade, a prece é a única força capaz de transcender o habitual e operar prodígios.

            Ora com persistência, devota-te aos teus semelhantes e espera pela Graça Divina, que te alcançará.

            Os Prepostos do Senhor jamais te deixarão clamar em vão.
           
            A prece é um íntimo colóquio da criatura com o Criador.

            Ora, e Deus te escutará.


Irmão José/Carlos A. Baccelli – Livro Dias Melhores.

terça-feira, 18 de abril de 2017

NÃO TEMAS
Não temas a morte:
Viverás para sempre.

Não temas a dor:
Ela é um fenômeno transitório.

Não temas a injustiça:
A verdade triunfa.

Não temas a solidão:
Quem ama nunca está só.

Não temas a colheita:
Cuida de tua semeadura.

Não temas o futuro:
Ele está em tuas mãos.

Irmão José/Carlos A. Baccelli – Livro Dias Melhores.

sexta-feira, 14 de abril de 2017


Quando a solidão dos dias amargos teimar em obscurecer os raios do sol da esperança, fazendo esmorecer nossas forças frente às dificuldades do dia a dia, lembremos que “A paz, que jamais se compra, é uma luz interior que nos clareia o caminho para o encontro do melhor que Deus nos reserva; entretanto, estejamos convencidos de que, nas bases da consciência tranquila, em que a paz encontra nascedouro, jaz a fonte oculta da paciência” Emmanuel/Chico Xavier – Livro Confia e segue.

quarta-feira, 5 de abril de 2017


Agora, Não Depois
Chico Xavier/Emmanuel

Nem cedo, nem tarde.
O presente é hoje.
O passado está no arquivo.
O futuro é uma indagação.
Faze hoje mesmo o bem a que te determinaste.
Se tens alguma dádiva a fazer, entrega isso agora.
Se desejas apagar um erro que cometeste, consciente ou inconscientemente, procura sanar essa falha sem delongas.
Caso te sintas na obrigação de escrever uma carta, não relegues semelhante dever ao esquecimento.
Na hipótese de idealizares algum trabalho de utilidade geral, não retardes o teu esforço para trazê-lo à realização.
Se alguém te ofendeu, desculpa e esquece, para que não sigas adiante carregando sombras no coração.
Auxilia os outros, enquanto os dias te favorecem.
Faze o bem agora, pois, na maioria dos casos, “depois” significa “fora de tempo”, ou tarde demais.

Livro Hora Certa – Emmanuel/Francisco Cândido Xavier


domingo, 15 de maio de 2016

PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A SEMANA – 15 A 21/05/16

CONTRATEMPOS
Chico Xavier/Emmanuel

Diante de quaisquer contratempos, pensa no bem.

O trabalho estafante...
Será ele a providência que te habilita à vitória contra o assédio de perturbações que te espreitam a estrada.

O encontro perdido...
Semelhante contrariedade decerto apareceu, em tua defesa própria.

A realização adiada...
A procrastinação de teus desejos estará funcionando, em teu benefício, para que não entres em determinados compromissos fora de tempo.

A viagem desfeita...
O plano frustrado, provavelmente, é o recurso com que se te garante o equilíbrio.

O carro enguiçado...
O incidente desagradável é o processo de forrar-te contra acidentes possíveis.

O mal-estar orgânico...
A enfermidade menor haverá surgido, a fim de induzir-te a tratamento inadiável.

A afeição que se afasta...
A separação vale por cirurgia no campo da alma, muita vez, resguardando-te a paz e a segurança.

A morte no lar...
A despedida de um ente querido, quase sempre, procede da Misericórdia do Senhor, no sentido de evitar sofrimentos maiores para aquele que parte, tanto quanto para aqueles que ficam.

Diante de qualquer obstáculo, reflete no bem, porque no curso de todas as circunstâncias, por trás dos contratempos da vida, a Bondade de Deus jaz oculta.

Livro Coragem – Espíritos diversos/Francisco Cândido Xavier

domingo, 8 de maio de 2016

PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A SEMANA – 08 A 14/05/16

MÃEZINHA!

Quando nos acolheste nos braços, sentiste que o coração se te estalava no peito, à feição de harpa repentinamente acordada por mãos divinas...

Rias e choravas, feliz, crendo haver convertido o regaço em ninho de estrelas. Conchegaste-nos ao colo, qual se trouxesse uma braçada de lírios que orvalhavas de lágrimas.
Quantos dias de ansiedade e ventura, sorrindo ao porvir, e quantas noites de vigília e sofrimento, receando perde-nos!...

O tempo avançou, laureando heróis e exaltando sábios, entretanto, para teu heroísmo oculto e para a tua sabedoria silenciosa, nada recebeste do tempo, senão as farpas de pranto que te sulcaram o rosto e os cabelos brancos que te coroaram a experiência.

Depois, Mãezinha, viste-nos crescidos e transformados, sem que o amor se te alterasse ou diminuísse nas entranhas do espírito.

Muito de nós fomos afastados de teu convívio lembrando fontes apartadas de um manancial de carinho, na direção de outros campos... Outros se distanciaram de ti, à maneira de flores arrebatadas ao jardim de teus sonhos para as festas do mundo.

Ninguém te percebeu o frio da saudade e nem te viu o espinheiro de aflição atrás dos gestos de paciência, mas nunca estiveste só... Deus te ensinou  a cartilha da ternura  e a ciência do sacrifício, clareou-te a fé e sustentou-te a coragem... Quanto a nós, parecíamos desmemoriados e distraídos, no entanto, sabíamos, com toda a nossa alma, que as tuas preces e exemplos nos alcançavam os caminhos mais escuros, soerguendo-nos da queda ou sustando-nos o mergulho no abismo, à maneira das fulgurações estelares, que orientam os passos do viajor, quando a noite se condensa em trevas...

E, ainda hoje, nos instantes de provação, basta que te recordemos o amor para que se nos ilumine o rumo e refaçam as forças.

É por isso, Mãezinha, que em teu dia de luz, enquanto a música da alegria te homenageia nas praças, nós estamos contigo, no aconchego do lar, para ouvir-te de novo as orações de esperança e beijar-te as mãos, repetindo: Bendita sejas!...

Livro Mãe!... Meimei/Francisco Cândido Xavier

domingo, 1 de maio de 2016


PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A SEMANA – 01 A 07/05/16

A CURA PRÓPRIA

“Pregando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades.”

 ( Mateus 9;35)

Cura a catarata e a conjuntivite, mas corrige a visão espiritual de teus olhos.
Defende-te contra a surdez; entretanto, retifica o teu modo de registrar as vozes e solicitações variadas que te procuram.
Medica a arritmia e a dispneia; contudo, não entregues o coração à impulsividade arrasadora.
Combate a neurastenia e o esgotamento; no entanto, cuida de reajustar as emoções e tendências.
Persegue a gastralgia, mas educa teus apetites à mesa.
Melhora as condições do sangue; todavia, não o sobrecarregues com os resíduos de prazeres inferiores.
Guerreia a hepatite; entretanto, livra o fígado dos excessos em que te comprazes.
Remove os perigos da uremia; contudo, não sufoques os rins com venenos de taças brilhantes.
Desloca o reumatismo dos membros, reparando, porém, o que fazes com teus pés, braços e mãos.
Sana os desacertos cerebrais que te ameaçam; todavia, aprende a guardar a mente no idealismo superior a nos atos nobres.
Consagra-te à própria cura, mas não esqueças a pregação do Reino Divino aos teus órgãos.
Eles são vivos e educáveis. Sem que teu pensamento se purifique e sem que a tua vontade comande o barco do organismo para o bem, a intervenção dos remédios humanos não passará de medida em trânsito para a inutilidade.

Livro Segue-me!... Emmanuel/Francisco Cândido Xavier



domingo, 24 de abril de 2016

PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A SEMANA -  24 A 30/04/16



SINAIS DE SABEDORIA

Aprende a viver sem excessos.
Desapega-te, quanto possível, dos bens materiais.
Não guardes ressentimentos.
Perdoa sem impor condições.
Acautela-te, para que não magoes ninguém.
Não crie qualquer espécie de vínculo com o mal.
Estuda sempre, sem te arraigares aos teus pontos de vista.
Conserva a mente aberta para a verdade.
Alimenta-te de maneira frugal.
Não te exasperes.
Não percas tempo com futilidades.
Procura não fomentar discussões estéreis.
Preserva a saúde do corpo e a integridade do espírito.
Não sejas moralista.
Cultiva o hábito da alegria.
Seleciona os temas de tua conversação.
Apóia as iniciativas nobres.
Ora, age e sê paciente, convicto de que cada coisa acontece a seu tempo.


Livro Deus te abençoe! – Irmão José/Carlos A. Baccelli

domingo, 17 de abril de 2016


NOSSA RESPONSABILIDADE PERANTE A VIDA

Relendo o maravilhoso e instrutivo livro Libertação, de André Luiz, psicografado pelas mãos santas de Francisco Cândido Xavier, encontrei, entre milhares de ensinamento de cunho espiritual superior, um conselho de uma mãe amorosa à filha encarnada. Trata-se do diálogo de Matilde e Margarida, quando esta estava liberta provisoriamente do corpo por meio do sono físico. Nesse diálogo, fica muito latente a nossa responsabilidade quanto à reencarnação. Nesse momento de profundo ensinamento, Matilde chama a atenção da filha para os cuidados que devemos ter, quanto  nossa atitude perante a vida. Vejamos o diálogo:

“Não suponhas que te visito pelo simples prazer de consolar-te, o que seria, talvez, induzir-te ao caminho da despreocupação irresponsável que nunca nos dirige à verdadeira paz. A finalidade divina há de ser, em tudo, a alma de nossa ação. O lavrador que amanha o solo e o socorre com irrigação confortadora, algo espera da sementeira que lhe reclama o esforço diário. O amparo do Alto, direto ou indireto, reservado ou ostensivo, não é apenas mera exibição de poder celestial. Os moradores dos círculos mais elevados não se arriscariam a descer, sem objetivos de ordem superior, ao domicílio da mente encarnada, assim como os artistas da inteligência não se animariam a movimentar espetáculos de cultura intelectual, sem fins educativos, junto aos irmãos de raciocínios e sentimentos ainda rudimentares ou inferiores. O tempo é valioso, minha filha, e não podemos menoscabá-lo, sem grave prejuízo para nós mesmos.” ( Espírito  Matilde – Livro Libertação – André Luiz/Francisco Cândido Xavier, página 244 – 18ª edição FEB – Brasília – DF)


Pensado nas sábias palavras de Matilde, forçosamente somos levados a uma reflexão mais acurada relativa a nossa reencarnação. Quando ela diz que a visita dela não se prendia simplesmente ao prazer de consolar a filha compreendemos, por extensão, que durante nossa reencarnação devemos despender todas as nossas forças e desejos na retidão de nosso caráter e na ação contínua de renovação íntima, quebrando os grilhões do orgulho e da vaidade que nos empurram para o pântano dos vícios e dos prazeres fáceis. Alerta, também, para o caráter divino da reencarnação e deixa claro que os espíritos superiores nos amparam sempre, mas não resolvem nossos problemas, porque essa é a parte que nos cabe nesse longo caminho de retorno à casa paterna.
PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A SEMANA


ILUMINA

Acende no caminho ainda que seja a luz de uma vela.
Não te consintas ser sombra para ninguém.
Em meio a grande escuridão, diminuta claridade é suficiente para mostrar o rumo a quem se encontra perdido.
Conduze para longe do abismo os que confiam em ti.
A tua palavra e a tua atitude exercem, ao teu redor, maior influência do que supões.
Quem verdadeiramente ama jamais hesita diante do sacrifício.
Onde estarias hoje, sem a renúncia dos que se apagaram para que brilhasses?

Livro Senhor e Mestre – Irmão José/Carlos A. Baccelli

segunda-feira, 4 de abril de 2016

ESTUDANDO O CRISTIANISMO - A PROMESSA DO CRISTO


Texto: Abel Silva
Orientação: Ivanir Severino da Silva


No intuito de nortear nossos estudos, somos impelidos a dois questionamentos sobre a vinda do Cristo. Por que Jesus encarnou na terra, se não tinha mais necessidade dessa encarnação? E por que foi escolhido o povo Hebreu para recebê-lo? Encontramos estas duas respostas no livro “A caminho da Luz”, onde o Espírito Emmanuel relata que nos mapas zodiacais da Terra foi registrada a existência de uma grande estrela na constelação do cocheiro e que foi denominada de Cabra ou Capela. A distância dessa estrela em relação a terra está na proporção de 42 anos luz, se considerarmos que a velocidade da luz é de 300.000 km por segundo. Quase todos os mundos dependentes daquele orbe já haviam se purificado física e moralmente. Não obstante, num planeta deste sistema, que guarda uma grande semelhança com o globo terrestre, “[...] existiam alguns milhões de espíritos rebeldes, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes”. (Emmanuel, 1998:34). Como a maioria dos Espíritos daquele orbe já tinha atingido uma situação de melhora moral, não era justo que aquela pequena parcela de entidades, que se tornara pertinazes no crime, prejudicasse a evolução daqueles que seguiam a trajetória da Luz, rumo ao Pai Eterno. Foi assim que reunidas, as comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, numa ação de saneamento geral, os alijaram daquela comunidade, localizando-os aqui na Terra longínqua “[...] onde aprenderiam, na dor e nos trabalhos penosos, as grandes conquistas do coração e impulsionando simultaneamente, o progresso de seus irmãos inferiores.” (Emmanuel, 1998:35).

Mas quando e como isso ocorreu? Em qual estágio evolutivo se encontrava a terra e a partir de que momento estes espíritos puderam reencarnar em nosso orbe? Na tentativa de respondermos estas perguntas, recorremos a informações contidas nos livros “A Gênese” de Allan Kardec e novamente no “A caminho da Luz” de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, vejamos o que eles dizem.

Kardec ( 1992:167), na Gênese, afirma a não existência do homem, nem no período primário, nem do de transição, nem no secundário, não só porque nenhum traço dele se descobriu, como também porque não havia para ele condições de vitalidade, uma vez que os terrenos não cobertos por água eram pouco extensos e eram pantanosos e com frequência, ficavam submersos. Razão porque só havia animais aquáticos ou anfíbios.

 Mesmo no período Terciário, a existência do homem só poderia ter acontecido no seu final e mesmo assim, sua existência não teria grandes chances de progressão, porque em seguida, se deu o período diluviano.

[...] Este período teve a assinalá-lo um dos maiores cataclismos que revolveram o globo, cuja superfície ele mudou mais uma vez de aspecto, destruindo uma imensidade de espécies vivas, das quais apenas restam despojos. As águas, violentamente arremessadas fora dos respectivos leitos, invadiram os continentes, arrastando consigo as terras e os rochedos, desnudando as montanhas, desarraigando as florestas seculares. (Kardec:1992:164).

[...] Foi também por essa época que os polos começaram a cobrir-se de gelo e que se formaram as geleiras das montanhas, o que indica notável mudança na temperatura da terra, mudança que deve ter sido súbita, porquanto, se se houvesse operado gradualmente, os animais, como os elefantes, que hoje só vivem nos climas quentes e que são encontrados em tão grande número no estado fóssil nas terras polares, teriam tido tempo de retirar-se pouco a pouco para as regiões mais temperadas. Tudo denota, ao contrário, que eles provavelmente foram colhidos de surpresa por um grande frio e sitiado pelos gelos. Esse foi, pois, o verdadeiro dilúvio universal. (Kardec: 1992:164-165).

[...] Estabelecido o equilíbrio na superfície do planeta, prontamente a vida vegetal e animal retomou o seu curso. Consolidado, o solo assumiu uma colocação mais estável; o ar, purificado, se tornara apropriado a órgãos mais delicados. O sol, brilhando em todo seu esplendor, através da atmosfera límpida, difundia, com a luz, um calor menos sufocante e mais vivificador do que o da fornalha interna. A terra se povoava de animais menos ferozes e mais sociáveis; mais suculentos, os vegetais proporcionavam alimentação menos grosseira; tudo, enfim, se achava preparado no planeta para o novo hóspede que o viria habitar. Apareceu, então, o homem, último ser da criação, aquele cuja inteligência concorreria, dali em diante, para o progresso geral, progredindo ele próprio. (Kardec: 1992:166).

 Emmanuel ratifica essa informação quando diz que “[...] no período terciário, sob a orientação das esferas espirituais notavam-se algumas raças de antropóides1 inferior”. (Emmanuel, 1998:30) e que

 [...] esses antropóides, antepassados do homem terrestre, e os ascendentes dos símios que ainda existem no mundo..., viviam inicialmente sobre as árvores e, posteriormente, em cavernas, graças ao domínio do fogo, ..espalharam-se, depois, aos grupos, pela superfície do globo, no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando as bases das raças futuras em seus tipos diversificados - daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e do chimpanzé da atualidade. A realidade, porém, é que as entidades espirituais auxiliaram o homem do sílex, imprimindo-lhes novas expressões biológicas. Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie bestializado, e outras descobertas interessantes da Peleontologia, quando o homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus, até fixarem no “primata” os característicos aproximados do homem futuro. (Emmanuel, 1998:31)

1       grupo de símios que compreende os chimpanzés, os gorilas e os orangotangos. São desprovidos de caldas e o ocasionalmente bípedes), no Plioceno(relativa à época: época pliocena: aquela em que surgem os primeiros homínidas; no período Quartenário)

“Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessas criaturas de braços alongados e de pelos densos, até que um dia, as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações.” (Emmanuel, 1998:31-32)

Então, “Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada tendendo à elegância dos tempos do provir.” (Emmanuel,1998:32).

Uma grande transformação ocorreu na estrutura física e espiritual dos antepassados das raças humanas. “Apareceu, então, o homem Sapiens, último ser da criação, aquele cuja inteligência concorreria, dali em diante, para o progresso geral, progredindo ele próprio”. Este homem, formado por Deus, passou a habitar a Terra.

Após todo esse processo, a terra estava preparada para receber colaboradores de outro orbe, como aqueles espíritos rebeldes de Capela, que “aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionar, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores” (Emmanuel,1998:35), que há milênios já habitavam a Terra.  Homens esses, sem conhecimentos, em estado bruto, formados pelos mesmos elementos químicos da Terra.

 Foi assim que Jesus recebeu à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes. Com a sua palavra sábia e compassiva, exortou essas almas desventuradas à edificação da consciência pelo cumprimento dos deveres de solidariedade e de amor, no esforço regenerador de si mesmas. Mostrou-lhes os campos imensos de luta que se desdobravam na Terra, envolvendo-as no halo bendito de sua misericórdia e da sua caridade sem limites. Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir. (Emmanuel,1998:35)

Assim, [...] Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram, proporcionalmente, nas regiões mais importantes, onde se haviam localizado as tribos e famílias primitivas, descendentes dos “primatas” e com o transcurso dos anos, reuniram-se em quatro grandes grupos que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades sentimentais e linguísticas que os associavam na constelação do Cocheiro. Unidos, novamente, na esteira do Tempo, formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia. (Emmanuel, 1998:36-38.

As quatro grandes massas de degredados formaram os pródromos de toda a organização das civilizações futuras, introduzindo os mais largos benefícios no seio da raça amarela e da raça negra, que já existiam. (Emmanuel,1998:38).

Emmanuel nos esclarece, ainda, que Deus fez encarnar seus espíritos, primeiramente, no vale do Ganges (50 mil a. C), formando a civilização dos Vedas (Hindu).  Era nessa região, onde hoje é a Índia, que se reuniram os arianos puros, descendentes dos Hindus, que mais tarde floresceram na Europa. O povo hindu cultivava as lendas do mundo perdido, e colocava nelas, as fontes de sua nobre origem.

As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam de muito os agrupamentos Israelitas, de onde saíram mais tarde personalidades notáveis, como Abraão e Moisés. (Emmanuel,1998:49).

As almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam recebido da misericórdia do Cristo, de cuja palavra de amor e de cuja filosofia luminosa guardaram as mais comovedoras recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da religião no mundo terrestre, como provindo de uma raça de profetas, de mestres e iniciados, em cujas tradições iam beber a verdade os homens e os povos do provir, salientando-se que também as suas escolas de pensamento guardavam os mistérios iniciáticos, com as mais sagradas tradições de respeito. (Emmanuel,1998:49-50).

Da região sagrada do Ganges partiram todos os elementos irresignados com a situação humilhante que o degredo da terra lhes inflingia. As arriscadas aventuras forneceriam uma noção de vida nova e aqueles seres revoltados supunham encontrar o esquecimento de sua posição nas paisagens renovadas dos caminhos; lá ficaram, apenas, as almas resignadas e crentes nos poderes espirituais que as conduziriam de novo as magnificências dos seus paraísos perdidos e distantes. (Emmanuel,1998: 51-52)

Todas essas informações encontram respaldo no capítulo 2, versículos de 05 a 09 e de 15 a 19, da Gênese Mosaica. Vejamos:

No versículo 5 está registrado o seguinte: “Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado: porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo.” Para apreendermos melhor a afirmação, achamos por bem dividir este versículo em duas partes. Na primeira parte quando o autor dizNão havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado: porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra.”,  lemos como sendo aquela em que a terra ainda não estava preparada para receber o homem primitivo, pois sendo ele primitivo, faltavam-lhe os conhecimentos básicos para sua sobrevivência e sua subsistência só poderia advir dos frutos produzidos pela terra, e se a terra não podia lhe dar estes alimentos, como, então, ele poderia existir? A parte seguinte do versículo parece corroborar com nosso pensamento –e também não havia homem para lavrar o solose a terra ainda não estava preparada para receber nem o primitivo, que viveria do que o solo lhe desse, como receber outros seres com conhecimentos para lavrar a terra, pois, supõe-se que quem está preparado para lavrar já lavrou algum dia.

Para que existam plantas e as ervas nasçam e cresçam e gerem frutos e os frutos alimentem, eram necessárias condições básicas e essas condições foram dadas; as chuvas torrenciais acabaram, a luz do sol brotou entre as nuvens e “uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo (versículo 6).” O solo agora era fértil, a terra estava preparada, “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe sobrou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (versículo 7).” Dividamos, também, este versículo em duas partes. A primeira parte, “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra”, seguindo nossa linha de raciocínio, compreendemos que este homem formado por Deus é o homem primitivo – raças negras e amarelas -, criado para habitar a terra. O homem sem conhecimento, o homem em estado bruto. Pesquisas confirmam que o homem é formado, basicamente, dos mesmos elementos da formação da terra, por isso a afirmação do criador da Gênese.
A segunda parte do versículo “e lhe sobrou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” A este homem primitivo, Deus deu a vida, fazendo-o despertar do sono e ele se tornou alma vivente – segundo a Doutrina Espírita, alma é o espírito encarnado.
Com relação ao versículo 8E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado.”   “vários estudos têm sido feitos na tentativa de compreender e localizar este jardim de delícias. Portanto, este não é o objeto de nossa pesquisa, pelo menos, neste momento. Uma coisa é certa, este jardim foi plantado, ou seja, foi criado da banda do Oriente. Um local ameno, de delícias e propício para o homem recém-criado ter como sobrevier, sem muitos esforços, já que ele não tinha conhecimento de técnicas de produção, nem como produzir nada para seu sustento, portanto, era necessário que a natureza desse a este homem primitivo os alimentos básicos para sua sobrevivência. Veja a comprovação na primeira parte do versículo 9 Do solo fez o Senhor Deus brotar toda a sorte de árvores agradável à vista e boa para alimento;” A outra parte do versículo diz que Deus fez brotar “também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal,”  Entendemos ser esta árvore os exilados da Capela, pois para que houvesse progresso, mister seria colocar  no meio daquelas raças primitivas a força do entendimento para que se fizesse valer o livre arbítrio e assim pudessem escolher, por conta própria, o caminho que deveriam seguir, pois se assim não fosse, porque Deus teria nos criado  simples e ignorante? Veja como faz sentido esta análise ao chegarmos ao versículo 15 “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.”  Aqui fica claramente manifestada a ideia de o homem que Deus colocou no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo não poderia ser o homem primitivo, mas o homem resultante da união das raças, ou seja, a reencarnação dos espíritos Capelinos nos corpos dos da raça primitiva, pois para cultivar e guardar, somente podia fazê-lo quem tinha condições para isso e não seria o primitivo a realizar esta tarefa.

 Nos versículos 16 e 17 encontramos a ordenança de Deus para o homem “ E ordenou o Eterno Deus ao homem dizendo: De toda árvore do jardim podes comer, 17 e da árvore do conhecimento, do bem e do mal, não comerás dela; porque no dia em que comeres dela, morrerás.” Nesta ordenança, identificamos, mais uma vez, o princípio do livre-arbítrio, pois enquanto somos ignorantes, enquanto não temos a noção do bem e do mal, vivemos em paz com nossa consciência e em harmonia com a natureza, comendo dos seus frutos e vivendo de conformidade com a sua lei. Quando, porém, nos é facultado o conhecimento, adquirimos a possibilidade do discernimento e aí optamos pelo bem ou pelo mal e ao escolhermos o mal, forçosamente seremos, em algum momento, impelidos a quitar este débito que contraímos com nossos semelhantes.

 O versículo 18: “E disse o Eterno Deus: não é bom que esteja o homem só; far-lhe-ei uma companheira frente a ele.” É o momento da procriação e da miscigenação das raças, simbolizado na figura da companheira, da mulher e o 19 “E formou o Eterno Deus, da terra, todo o animal do campo e toda a ave dos céus, e trouxe ao homem para ver como os chamaria; e tudo o que chamaria o homem à alma viva, esse seria seu nome.” Acreditamos que este versículo ratifica o que até agora expomos, pois só podemos nomear algo que conhecemos.

Outro registro importante que demonstra a presença dessa plêiade de Capelinos no seio das raças negra e amarela, são os versículos 16 a 24, capítulo 11, da carta do Apóstolo Paulo aos romanos.
[...] E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade e se for santa a raiz, também os ramos o serão. Se, porém, alguns dos ramos  foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles, e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; porém se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Bem! Pela sua incredulidade foram quebrados; tu, porém, mediante a fé estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará. Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte também tu serás cortado. Eles também, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo.  Pois se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava, e contra a natureza enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aquele que são ramos naturais!

Justificamos com estes relatos que Jesus só encarnou em nosso orbe para cumprir a promessa feita àquela saga dos Capelinos, quando os recebeu para cumprirem uma nova experiência meio aos espíritos primitivos da terra recém-criada.  “[...] Abençoou-lhes as lágrimas santificadoras, fazendo-lhes sentir os sagrados triunfos do futuro e prometendo-lhes a sua colaboração cotidiana e a sua vinda no porvir.” (Emmanuel,1998:35).

Com relação à segunda pergunta relativa à encarnação de Jesus no reino de Israel, Emmanuel (1998:70) fala-nos do “[...] porque da sua preferência pela árvore de Davi, para levar a efeito as suas divinas lições à humanidade;” e afirma “que a própria lógica nos faz reconhecer que, de todos os povos de então, sendo Israel o mais crente, era também o mais necessitado, dada a sua vaidade exclusivista e pretensiosa. “Muito se pedirá de quem muito haja recebido”, e os israelitas haviam conquistado muito, do alto, em matéria de fé, sendo justo que se lhes exigisse um grau correspondente de compreensão, em matéria de humildade e de amor”. Ele lembra-nos, ainda, (Emmanuel, 1998:65), “que dos espíritos degredados para a Terra, foram os hebreus que constituíram a raça mais forte, mantendo–se inalterados os seus caracteres através de todas as mutações.” E “.Todas as raças da Terra devem aos Judeus esse benefício sagrado, que consiste na revelação do Deus único, Pai de todas as criaturas e providência de todos os seres.” (Emmanuel, 1998:68-69).