PROPOSTA DE REFLEXÃO PARA A
SEMANA – 08 A 14/05/16
MÃEZINHA!
Quando nos acolheste nos braços,
sentiste que o coração se te estalava no peito, à feição de harpa repentinamente
acordada por mãos divinas...
Rias e choravas, feliz,
crendo haver convertido o regaço em ninho de estrelas. Conchegaste-nos ao colo,
qual se trouxesse uma braçada de lírios que orvalhavas de lágrimas.
Quantos dias de ansiedade e
ventura, sorrindo ao porvir, e quantas noites de vigília e sofrimento, receando
perde-nos!...
O tempo avançou, laureando
heróis e exaltando sábios, entretanto, para teu heroísmo oculto e para a tua
sabedoria silenciosa, nada recebeste do tempo, senão as farpas de pranto que te
sulcaram o rosto e os cabelos brancos que te coroaram a experiência.
Depois, Mãezinha, viste-nos
crescidos e transformados, sem que o amor se te alterasse ou diminuísse nas
entranhas do espírito.
Muito de nós fomos afastados
de teu convívio lembrando fontes apartadas de um manancial de carinho, na
direção de outros campos... Outros se distanciaram de ti, à maneira de flores
arrebatadas ao jardim de teus sonhos para as festas do mundo.
Ninguém te percebeu o frio
da saudade e nem te viu o espinheiro de aflição atrás dos gestos de paciência,
mas nunca estiveste só... Deus te ensinou
a cartilha da ternura e a ciência
do sacrifício, clareou-te a fé e sustentou-te a coragem... Quanto a nós,
parecíamos desmemoriados e distraídos, no entanto, sabíamos, com toda a nossa
alma, que as tuas preces e exemplos nos alcançavam os caminhos mais escuros,
soerguendo-nos da queda ou sustando-nos o mergulho no abismo, à maneira das
fulgurações estelares, que orientam os passos do viajor, quando a noite se
condensa em trevas...
E, ainda hoje, nos instantes
de provação, basta que te recordemos o amor para que se nos ilumine o rumo e
refaçam as forças.
É por isso, Mãezinha, que em
teu dia de luz, enquanto a música da alegria te homenageia nas praças, nós
estamos contigo, no aconchego do lar, para ouvir-te de novo as orações de
esperança e beijar-te as mãos, repetindo: Bendita sejas!...
Livro Mãe!... Meimei/Francisco Cândido
Xavier
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